ANÁLISE
DE ENTREVISTAS E DE ROTEIROS
Texto
fichado por: Vinícius de Freitas Camilo
Analisando alguns roteiros de entrevista
semiestruturada elaborados por pesquisadores de doutorado e mestrado, o autor
conseguiu identificar erros, dificuldades, e partes que são essenciais para uma
entrevista chegar ao seu objetivo. Eduardo Manzini, em seu trabalho, faz as
explicações necessárias para se entender claramente o que é entrevista em um
sentido mais amplo. Procura dar ênfase em entrevistas:
aberta, semiaberta e fechada.
Essas expressões podem
trazer confusão com a terminologia de questões abertas e questões fechadas, ou
seja, posso ter questões abertas ou fechadas durante uma entrevista, mas eu não
saberia dizer o que seria uma pergunta semiaberta. Nesse sentido, ficaria
difícil manter coerência teórica ao falar de entrevista semiaberta. Além disso,
se nos detiver a estudar questões abertas, poderemos verificar uma grande
variação desse tipo de pressuposto, algumas questões serão, provavelmente, mais
abertas do que outras, pois a delimitação do que responder acaba sendo colocada
pelo tipo da pergunta. (MANZINI, 2004, p.02)
Para entendermos a pesquisa semiestruturada
devemos saber o que são: a entrevista aberta e a estruturada. A entrevista estruturada é aquela que as
perguntas são fechadas, isto é, são pensadas para que o entrevistado não tenha
chance de mudar o assunto para além do objetivo. A entrevista aberta, de forma resumida, é uma conversa livre entre
duas ou mais pessoas sobre um tema proposto pelo entrevistador.
Então, por lógica, a entrevista semiestruturada é aquela que tem suas perguntas
formuladas de forma pouco fechada, mas o entrevistador pode fazer perguntas
instantâneas durante a entrevista, ou seja, se o entrevistador achar algum
ponto (que o entrevistado tenha citado que pode ser importante para a
entrevista), ele pode fazer uma pergunta que não esteja no roteiro, e,
obviamente, anotando-a de forma devida.
Para Manzini, a entrevista semiestruturada é
a melhor forma de coleta de dados. Isso explica por que ele dá tanta ênfase a
esta forma de entrevista. “O estudo
demonstra que as categorias de análise apresentadas podem ser generalizadas e
empregadas por outros pesquisadores que usam a entrevista semi-estruturada para
coletar informações.” (MANZINI, 2004, p.09)
Manzini também lembra que a entrevista semi
estruturada é mais uma forma de coleta de dados.
Nesse sentido, para nós,
a entrevista pode ser concebida como um processo de interação social, verbal e
não verbal, que ocorre face a face, entre um pesquisador, que tem um objetivo
previamente definido, e um entrevistado que, supostamente, possui a informação
que possibilita estudar o fenômeno em pauta (...). (MANZINI, 2004, p.09)
Referência
MANZINI, E.J. Entrevista semi-estruturada: análise de objetivos e roteiros. In:
SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE PESQUISA E ESTUDOS QUALITATIVOS, 2, 2004, Bauru.
A pesquisa qualitativa em debate. Anais... Bauru: USC, 2004. CD-ROOM. ISBN:
85-98623-01-6. 10p.
Disponível em: http://www.sepq.org.br/IIsipeq/anais/pdf/gt3/04.pdf
Autor Eduardo José Manzini: Possui graduação em
Psicologia pela Universidade Metodista de Piracicaba (1983). Mestrado em
Educação Especial pela Universidade Federal de São Carlos (1989). Doutorado em
Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo (1995). Livre-docente em
educação pela UNESP de Marília (2008). E Pós-Doutorado na UERJ (2014).
Atualmente é professor associado da Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, UNESP, Campus de Marília.
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