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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Dissidência e Subordinação: um estudo dos grafites como fenômeno estético/cultural e seus desdobramentos



FICHAMENTO 
Heloisa Vilas Boas A. da Silva

- O grafite no texto de Viana é compreendido como uma manifestação juvenil urbana de natureza fragmentada e descontínua que põe em questão os sistemas fixos de representação, implicando numa estética plural e múltipla. Manifestação essa de caráter político, transgressivo e de apropriação do espaço urbano, que persiste na história da humanidade como prática oculta e proibida das civilizações mais remotas. Retomando as linguagens de origens fundadas nas vanguardas históricas europeias: Expressionismo, Futurismo, Dadaísmo e Surrealismo, fazem parte da natureza do grafite o seu caráter fugaz e efêmero, a mesclagem de várias linguagens e o apelo à rua. Os grafites constituem um tipo de produção contemporânea de grande liberdade expressiva, e que traz um sentido político e estético compartilhado coletivamente.

- Tratado por Maria Luiza Dias Viana como qualquer denominação gráfica inserida espontaneamente nos espaços públicos, ora pintada, escrita, desenhada, arranhada, pichada, ou colada, feita com spray, tinta, compressores, marcadores, giz, ou qualquer objeto que produza uma marca, o grafite é enfatizado pela autora como um fenômeno juvenil não só de caráter comunicacional (transgressivo), mas também envolto no campo artístico.

- Os grafites entram na cena cultural e impõem um sentido de estética múltipla, na medida em que propõem práticas artísticas ampliadas a um domínio social constituído não exclusivamente por artistas, mas por qualquer cidadão.

- Para o pesquisador Nestor Canclini, o grafite define um gênero híbrido configurado no cruzamento de diversos campos, e que subvertem os padrões oficiais e institucionais da arte.

- Para a autora, o grafite, que está presente no campo artístico desde o surgimento das vanguardas modernistas e dos seus desdobramentos na contemporaneidade, proporcionou uma nova relação da arte com o espaço público, bem como a desmaterialização da obra e o desenvolvimento de uma nova dimensão social.

- O envolvimento da autora com o Projeto Guernica fez intensificar sua pesquisa, trazendo novos dados e informações a partir do meio ao qual ali se encontrava, e pode assim se aproximar ainda mais de jovens grafiteiros, evidenciando os conflitos gerados pela atividade: questão da ilegalidade, do risco, da sua apropriação pela moda, pela mídia, do seu caráter institucional e do trato com a cidade.



- Algumas referências citadas por ela: “Grafite, pichação e cia” (Célia Antoniacci Ramos), “Guia Ilustrado de Graffiti e Quadrinhos” (Piero Bagnariol), “Caligrafias e Escrituras” (Maria do Carmo de Freitas Veneroso) e algumas análises sobre juventude e Hip-Hop feitas por Juarez Dayrell e Spency Pimentel. 

VIANA, Maria Luiza Dias. Dissidência e subordinação: um estudo dos grafites como fenômeno estético/cultural e seus desdobramentos.

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