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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

A arte de ouvir RAP (e de fazer de si mesmo): investigando o processo de apropriação musical


A arte de ouvir RAP (e de fazer de si mesmo): investigando o processo de apropriação musical

Gabriela Chaves Aguiar

         O RAP está englobado em uma cultura denominada Hip-Hop, é um de seus elementos que mais tem destaque. No começo era apenas uma musica para dançar o break (um dos elementos do Hip-Hop), mas ganhou força e forma ficando conhecido como improvisação poética, tendo como um dos seus objetivos o protesto social. É usado pelo jovem para expressar o que sente, o ambiente em que vive, e também como meio de comunicação. Para facilitar esse comunicação, eles utilizam da gíria, uma adaptação linguística para facilitar o entendimento entre eles/as. Também serve como elemento de auto-afirmação.

       O rap como visão de mundo da periferia, oferece segurança para o/a jovem, ensinando como sobreviver no espaço em que habita, é como se fosse um manual, que ensina como agir, o que falar, e como se portar. Mas visto de fora desse núcleo periférico, o rap pode ser visto como um motivo de preocupação, por trazer em suas letras tremas como drogas e violência.

          É fácil notar no mundo do Rap que várias músicas famosas fazem alusão ao uso de drogas, ou apresentam a droga como tema principal. Como a música “cocaína” do rapper Sabotage. Em algumas letras observou-se também, que além de citar o problema, é apresentado uma forma de resolvê-lo, como um proposta de superação da realidade. Tudo que está contido no rap diz respeito a uma formação histórica.

‘’Sabe-se que o tráfico de drogas é por excelência um negócio capitalista, uma vez que se vale de uma organização e ideários empresariais, sendo estimulado pelo lucro e regulado pelas leis do mercado e do consumo’’ (COGGIOLA, 2001).

         O rap procura denunciar os problemas da periferia, mas como citado anteriormente, também pode ser compreendido de maneira incorreta como um problema. Chama muita atenção que quem o encara como problema acaba fazendo-o de forma preconceituosa. Essa realidade é trazida na letra “Nada é mais como antigamente” do grupo Facção Central. Na periferia ocorre certa herança do rap, seja positiva ou negativa, muitos jovens trazem a música na família.
         O rap procura trazer problemas internos vividos na favela, como a solidariedade de ‘’mano para mano’’. Como na musica “Malandragem da um tempo”, de Thaíde Dj Hum. ‘’Crescemos juntos sempre quis te ver numa boa’’, diz a letra. O rap tem como objetivo principal, alertar o jovem para problemas que vão ser vividos na sociedade, e tem um público alvo – o jovem de periferia –  da ênfase a questões
sociais e de como lidar com elas.

HINKEL, Jaison.  A arte de ouvir RAP (e de fazer de si mesmo): investigando o processo de apropriação musical, Dissertação (Psicologia). UFSC, 2008. Disponível em: http://www.radarciencia.org/Record/oai-tede-ufsc-br-431/UserComments, acessado em agosto de 2013.



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