ARAUJO, Ana Gabriela. Landshapers: terriório do Freestyle, uma
geografia do skate. 1º Colóquio de Território Autônomo – UFRJ, 2010.
Thiago Luiz Cachatori
Para
muitos o Skate é compreendido como um estilo ou filosofia de vida, entretanto a
autora destaca ainda mais a importância desta atividade, a qual por se
apropriar de espaços para a realização manobras se torna uma expressão
insubordinada e de resistência à ordem sócio-espacial capitalista, dando uma
nova significação para os espaços públicos constituídos pelo caráter
disciplinador (utilizando muito da construção conceitual de Foucault). Como
recorte dentro do skate ela se refere à modalidade do “Freestyle” ou como é
conhecido aqui em Curitiba como o “Street”, com o objetivo de interpretar a
geograficidade desta atividade urbana, tanto no campo simbólico quanto no
concreto. Além de dar grande destaque para a ciberespacialidade do skate
(sites, blogs, fotologs, etc), espaços estes fundamentais para a propagação
deste movimento.
Segundo
ARAUJO a prática do skate configura-se como um movimento que, de passagem, se
realiza em si e no instante empreendido, a partir das possibilidades do meio e
da criatividade dos praticantes.
Após
a introdução do artigo a autora dá uma breve explicação de como o skate “nasce”
na Califórnia nos anos 60, bem como alguns dados estatísticos da prática de
skate no Brasil, retirados da CBSK 2009 (Confederação Brasileira de Skate) –
entretanto os dados parecem estar bem desatualizados, pois constam apenas 300
competidores profissionais e apenas 1024 pistas em todo o Brasil, fato hoje
que, partindo dos meus conhecimentos vivenciados é muito maior. Em relação a
este esporte um dos pontos de maior destaque do artigo é em relação ao fazer skate,
ARAUJO argumenta:
[...] Como o
acontecer nas ruas, sem o condicional de maiores construções e estruturas de
apoio, fato que os torna mais baratos e acessíveis em relação às outras
modalidades; nem sempre primar pela competição, e ter como registro significativo
a materialidade das imagens que circulam nas revistas e vídeos especializados [...].
Outra
análise realizada pela autora é em relação à representatividade e significado
da ligação do Freestyle com a música (especificamente o Rap), para isso coloca
alguns trechos de rap no artigo para mostrar que essa “liberdade” no skate
também existe no rap, tentando compará-los. – Entretanto deixo aqui minha
observação pessoal que a autora poderia ter aproveitado melhor esse recurso e
ao invés de fazer uma comparação poderia ter feito uma junção desses fenômenos,
pois as letras de rap apresentadas por ela não tem relação com o skate, apenas
uma liberdade de expressão.
Ao
fim do artigo a autora fala de que alguns espaços são apropriados pelos
skatistas, como as escolas, por exemplo, pela falta de estrutura que as cidades
apresentam, fazendo com que os praticantes devam se reunir em espaços que,
supostamente, foram elaborados para outra lógica e comportamento, gerando assim
um conflito territorial e comportamental.
Observações
pessoais
Vídeo que exemplifica o conteúdo
trabalhado no artigo:
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